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Objetivamente a razão de existir deste blogue é não deixar perder algumas ideais reproduzidas na essencia das palavras escritas, para que não mais existam duvidas acerca do pensamento do autor.
Esta dito... e dito esta... e registado fica!!!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Mas uma oposição (a portuguesa...) afinal para que...


Olhamos para a chamada oposição, existente neste momento em Portugal, e acabamos por confundir a sua atuação com as resistências a mudança, e companheira de todas as horas da caminhada das diversas alegadas maiorias que tem povoado o poder nacional nas ultimas, quase, quatro décadas de autentico desorientação governativa.
Falo obviamente da oposição que tem lugar cativo no poder da Assembleia da Republica, e que ao longo dos anos não para de se alimentar do erário publico, mesmo quando o diz combater.
Não falo da outra oposição emergente, mas sempre contidamente afastada da possibilidade de dizer de sua justiça aquilo que vem... ou quer vir algum dia a vir... dessa oposição ninguém escuta grandes palavras radiofônicas ou televisivas, porque a liberdade de expressão e difusão de ideias para precisamente na porta de entrada dos edifícios legislativos, que construíram uma Constituição ardilosamente e maquiavelicamente preparada para só deixar criar uma pequena casta de partidos, não fora serem muitos e assim diminuírem a gamela prometida a cada um dos que se integraram no sistema.
Os partidos que lideram a “manjedoura” politica, de quando em vez lá se lembram de tentar tirar alguém dessa oposição, e lançam nos seus catálogos de escolha, os tais de independentes, que a partir dai o deixam obviamente de ser... entrando pela porta rosada das possibilidades instituídas...  
Vem isto tudo a proposito, hoje, (ainda falarei das outras listas partidárias...) das listas do PSD – vulgo Partido Social Democrata, que eu ainda gosto de apelidar de PPD/PSD, e ainda mais gostaria de nunca ter deixado de apelidar de tão somente PPD, pois isso significaria que não tinha perdido a matriz inicial que Francisco Sá Carneiro e mais alguns companheiros tão bem lhe souberam dar, e que outros posteriormente tão mal souberam destruir.
Sabemos que tudo evolui... mas infelizmente no caso particular do PSD a coisa afinal retrocedeu para patamares fora de qualquer pragmatismo programático, virando apenas a organização de uma organização vocacionada para manter economicamente umas quantas criaturas de forma faseada de acordo com a liderança que ocupa o palacete da Lapa em cada momento.
Pois é... o agora PSD, e não só, (pois todos, sem exceção utilizam esse esquema estratégico publicitário) de quando em vez faz(em) com que a técnica da cenoura frente aos olhos do burrito funcione, e lançam nas listas candidatas aos diversos atos eleitorais, umas figuras carimbada, a que chamam pomposamente de independentes, para tentar salvar mais uns votinhos marginais, e assim alimentar as suas subvenções...
Desta feita, o PSD, decidiu lançar entre outros, três pomposos cavalheiros, a saber; Carlos Abreu Amorim e Francisco José Viegas, e ainda a mais conhecida das três aves de arribação que dá pelo nome de Nobre, (Fernando) que não o das salsichas, mas sim o recente candidato a Presidente da Republica.
Por falar em salsichas; será bom que: a leitura seja mesmo essa, pois que todos os três têm como objetivo principal encher as ditas cujas... e tentarem assim; pelo menos, arrastar atrás de si alguns votos desagregados do sistema.
Neste tempo de crises... crise em Portugal, crise no PS de Sócrates, crise no PSD de Coelho, crise aqui.. crise ali... fica bem para a imagem de alguns, lançar figuras que vendem bem (tal como se faz com sabonetes e champôs) a imagem de ser possível mudar a crise com esta gente...
Para a caspa se usa igual estratégia e para amaciar a pele igualmente... mas muitas vezes a utilização abusiva acaba por originar seborreia e sarna...
Nada mais errado em termos de analise, que essa utilização de figuras que aparentemente podem vender bem!
O Portugal politico é sem sombra de duvidas, nos dias de hoje, a mais pura imagem do snobismo dandy embrulhado numa cegueira sectária povoada de hipocrisia e arrogância parola, a que chamo de arrogância pacóvia, que se traduz numa amalgama de figuras medíocres e sem o mínimo de preparação social, politica ou sequer ideológica e programática para poderem apresentar aos portugueses; algo digno e que de jeito tenha para poder sequer criar sonhos na resolução dos seus problemas concretos.
Depois do vazio presidencial, com candidaturas dignas de um qual quer filme de terceira categoria, assistimos agora ao lançamento das candidaturas mais incríveis que algum dia se poderiam sonhar poder ver surgir no ideário do PSD.
Quando em 2009... sim em 2009... tivemos eleições legislativas, já não se recordam claro... quando nesse ano, não muito distante para alguns e uma eternidade para outros, alguns acusaram no PSD, MFL – Manuela Ferreira Leite – de sectarismo nas escolhas parlamentares, estavam a querer dizer que afinal a então líder queria romper com os habituais esquemas de construção das bancadas parlamentares, e pelo menos injetar alguns bons tribunos e técnicos capazes de saber daquilo que tratavam quando chamados a isso.
Mal ou bem foi a bancada do PSD construída a imagem da líder MFR quem foi fazendo oposição real a José Sócrates, e passo a passo desmascarou publicamente as suas patetices governativas. Esse desmantelamento posicional foi alcançado com técnica e visibilidade, apontando erro após erro na governabilidade desastrosa da criatura socratina.
A estratégia mais acertada seria deixar a criatura concluir a sua legislatura, para então se poderem fazer balanços finais... mas a anciã de poder não parava de crescer dentro do PSD, e algumas figuras lideradas pelo Coelho e afins, logo imaginaram ler as sondagens como quem olha para as estrelas e prevê se vai chover votos ou cair granizo.
Leitura mais do que errada, deu uma imagem de queda acentuada de votos no regaço do PSD, o que as ultimas sondagens tem confirmado ter sido uma simples miragem. Não o teria sido, se as estratégias de lançamento de uma candidatura com cabeça, tronco e membros tivessem sido outras, mas como de estratégia a coisa anda pobre lá para os lados da Lapa, os resultados começam a estar bem a vista de todos.
A maioria absoluta será uma miragem, e até mesmo a vitória simples, possibilitando a chegada ao poder, não esta de forma alguma consumada, antes pelo contrário, pois os portugueses começaram a abrir o olho, e a observar que a ambição é igual tanto do lado socialista como no lado dito social democrata, e vai dai parece que não estão para embarcar em novas aventuras, preferindo viver com a realidade que já conhecem, por mais dura que ela possa ser...
As trapalhadas da equipa liderada por Coelho não pararam de surgir desde que ocupou o palacete da Lapa... tiros nós pés com a proposta de revisão constitucional, que apenas serviu para tentar mostrar serviço e capacidade, em alguém que todos sabemos não ter o mínimo de credibilidade e capacidade para fazer tamanha obra, passando pelos apoios aos PEC’s para depois acabar por não aprovar a ultima alteração dos já famosos pacotes restritivos, dando assim abertura a porta da queda governativa, afinal tudo aquilo que Sócrates mais queria e que Cavaco sonhava poder algum dia ter entre mãos para poder mostrar algum protagonismo, mesmo que flácido...
Com esta estratégia tornaram Sócrates um mártir. Catapultaram Cavaco para uma imagem que nunca foi capaz de mostrar no primeiro mandato, e para concluir toda a imensa borrada, ainda são capazes de chegar a cerca de um mês de eleições e não mostrar sequer ao que vieram em termos programáticos, andando assim a toa, vendo que medidas podem transformar-se em mais ou menos votos, e que propostas podem fazer com que o eleitorado acredite que um doutor feito a martelada pode ter mais capacidade que um engenheiro construído com exames dominicais...
Para engrandecer ainda mais a obra preparatória da derrota junina...  
Agora lança os tais independentes nas listas do PSD, como figuras de estilo, esquecendo, no entanto; que essas mesmas figuras não sabem nem sequer sonham como vão conhecer o eleitorado das “pradarias” onde vão apresentar as suas cabeças. Quem decide eleições em Portugal ainda é o chamado eleitorado que vive no vasto e profundo centro politico, que faz as escolhas na base das suas conveniências pessoais do momento.
Sempre assim aconteceu, e como larga maioria desse eleitorado vive na base do funcionalismo publico, no convívio e dependência com o poder local, e não quer correr riscos, e muito menos novas ameaças, a coisa promete ficar renhida...
Se, tal como realmente acontece, Sócrates não fosse, como realmente é, um imenso bacoco assoberbado com o poder pelo poder, a coisa ainda poderia ficar mais negra em termos de capacidade, ou sequer de possibilidade, de chegada a uma vitória por parte do PSD de Coelho.
No entanto, e olhando para a realidade das sondagens, e como sabem uma sondagem vale aquilo que vale, retirando-lhe uns pozinhos de trabalho empresarial ($$$) para dar gosto a quem a encomenda, e teríamos por certo um quase empate técnico, a quem nem as figuras independentes são capazes de retirar ou capacitar novos números para mudar o destino.
Cada um de nós é capaz de fazer a sua sondagem, e eu quando olho para algumas listas distritais do PSD só me apetece subir ao poste e apalpar a bunda a lâmpada publica, pois não acredito que o eleitorado seja capaz de votar em determinadas criaturas que nada tem para mostrar na sociedade civil, e muito menos trabalho valido para que possam ser reconhecidas pelo eleitoral generalista e que decide o resultado de cada projeção.  
Espantado fico que alguns amigos de longa data tenham tido a coragem de disponibilizar os seus nomes, carreiras, e prestigio, nesta aventura quixotesca de um Coelho e seus apaniguados.
Nada espantado fiquei, que algumas figuras tenham declinado o convite para integrar as listas, pois os conheço e sei bem da sua capacidade, bem assim como da sua integridade moral em não integrarem aventuras com resultados anunciadamente desastrosos.
Tudo fica afinal esclarecido na base da falta de necessidade na existência de uma verdadeira oposição, porque na realidade todos acabam por aparecer e no final das contas serem, e ao mesmo tempo todos são; parte integrante deste poder/oposição que vai minando e arrasando Portugal desde 1974.
Sem surpresas, teremos um governo minoritário, cozinhado no fundo daquilo que as urnas possibilitarem cozer para poder ser digerido no médio prazo, de mais uma meia legislatura... ou pouco mais...
Será a italianização portuguesa, com o regresso dos governos temporariamente condenados a queda parlamentar...
De degrau em degrau... Portugal escada abaixo até a soleira da porta de saída...

“João Massapina”

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