A oferta pelo governo do BPN ao BIC vale também pelo simbolismo. Começa por ser uma prenda à cleptocracia angolana e ao homem mais rico de Portugal, Américo Amorim, aquele que se dá bem com todos os governos, hábito que lhe vem do PREC que lhe multiplicou a fortuna. Quanto a isso, nada de estranho, mais uma variante da caridade agora tão presidencialmente institucionalizada.
Mas sendo o BIC presidido pelo reformado Mira Amaral (18.156 euros mensais, paga-lhe a CGD após 18 de meses de trabalho), o ministro de Cavaco responsável entre outras barbaridades pela destruição da indústria nacional, pode dizer-se que de uma devolução se trata: o cavaquismo tinha um banco, assalto-se a si próprio levando-o à falência, e recupera-o com capital injectado e com metade dos trabalhadores, naturalmente nós pagaremos as indemnizações aos que vão ser despedidos, além dos 2,4 mil milhões de euros que já se sabia.
Tudo está bem quando acaba bem. Dias Loureiro e Oliveira Costa sorriem, um no seu exílio, o outro aguardando um julgamento de que já conhecemos o resultado, começou a temporada de verão na Aldeia da Coelha. Não me voltem é a falar da Grécia como exemplo chocante de esbanjamento de dinheiros públicos em proveito da casta dominante: esse Euro-2011 já o ganhámos nós, marcando golos na própria baliza.
João José Cardoso, com a devida venia a Kaos
Nenhum comentário:
Postar um comentário